
— “Blacker than a moonless night, hotter and more bitter than hell its
A ideia da conversa, com toda a sua teia teórica da comunicação humana, é algo que me intriga profundamente. Confesso: não vivi muitos momentos compartilhando cafés e palavras com outras pessoas — mas poderia recitar uma lista inteira de nomes com quem eu daria tudo para dialogar, enquanto o aroma amargo e quente de um café preenchesse o ar entre nós.
A maioria seriam filósofos, escritores, poetas, músicos… todos esses que, na Grécia Antiga, talvez esperassem no Monte Parnaso sua vez de conversar com os deuses. Espíritos inquietos, que com sofisticação e angústia lançaram a arte aos quatro cantos do mundo — não por glória, mas por necessidade.
Desejaria compreender a riqueza dos pensamentos que moveram tais almas à criação. O que os motivava? Seria a solidão? Seria a vontade gritante de falar — e nunca ser ouvido? Seria essa urgência que os fazia despejar nas páginas em branco não apenas palavras, mas quase um manifesto de sua existência?
Se for mesmo a solidão… e se a xícara de café — mais quente do que cheia, mais companhia do que bebida — for o único confidente, então, talvez, aqui esteja mais um visitante do Monte Parnaso. Um que chega em silêncio, mas traz no olhar a mesma ânsia de dizer o indizível.
— Um Idiota