Coffee Lover

Ritmo do Café – –
A gente murmura na sombra da árvore, no pé da montanha – té na gruta fria, úmida – de baixo da cama, dentro da igrejinha. A gente geme, soluça, chora, range… O que é escuro a gente quer esconder; o que é feio a gente quer engolir, e esbraveja (cheio de razão porque na verdade a gente odeia), e apedreja, cospe, deseja, grita: “Fecha a porta!” E depois… Depois moço, depois a gente morre.
Mas quando sai o sol, quando abre as nuvens, quando abrem os olhos, quando abre a guarda, quando abre a Porta… A Porta não é larga, mas aí é que a Luz entra! E o Caminho; estreito se faz ancho; firme numa Rocha. E aí é que tudo brilha! E o que é escuro a gente mostra – e confessa… E humilhado se arrepende, porque a graça é que perdoa, e perdoado a gente canta! E cantando moço… Cantando a gente vive!
Vivendo pra cantar a música que é graça, se descobre que é “vivido” porque aí que se conhece “a Verdade”, que é a Vida (e ela é a Luz dos homens); e a gente canta pra Sua glória, e “em Verdade” a gente ama.
Tudo o que ri canta, o que esconde e o que mostra. A montanha e a árvore, o sol e a lua em desencontro, as estrelas e os bichos. O café canta na Mantiqueira! O vento orquestra o caniço em flor; no ritmo do café o Carmo dança encantando os mananciais chorões; aroma, sabor, beleza louvam a Luz que cria! C’afé a gente anda!
Samir